Apresenta-nos uma fotografia aérea de parte da cidade onde o
mesmo se localiza e delimita-o.
Se a primeira informação, apesar de muito redutora, está certa,
o mesmo não se poderá dizer em relação aos seus limites geográficos,
assinalados a encarnado.
De facto, tal como a descrição dizia, a génese do Bairro das
Colónias é dos anos 30, e por isso mesmo só poderão ser contabilizados como
pertença do seu território, quarteirões que tenham sido construídos nessa
década e nos anos sequentes, pelo que introduzir parte da Avenida Almirante
Reis é um erro crasso, assim como também o é fazer o limite pelo eixo das vias.
A toponímia define, também ela grosso modo, os limites do Bairro
das Colónias, ninguém dá importância à novel designação de Bairro das Novas
Nações que lhe atribuíram em 1975. Para o bem e para o mal, a História e a
memória não se apagam por decreto. Veja-se os exemplos do Rossio, do Areeiro, e
mesmo do Terreiro do Paço, só para dar três dos exemplos mais conhecidos, cuja
alteração toponímica pouco ou nada contribuiu para o seu reconhecimento sob
outras denominações. Estou em crer que qualquer inquérito que perguntasse onde
fica a Praça D. Pedro IV, a Praça Francisco Sá Carneiro ou a Praça do Comércio,
só a última obteria um número razoável de reconhecimento, talvez ao nível dos
50%, enquanto as outras rondariam os 80%, ou mais ainda, de respostas “não sei”.
São designações que não homenageiam nenhuma personalidade
incómoda, pelo que apenas mantêm vivas as memórias e tradições de toda uma
época e de uma civilização. Nos anos 20 e 30 do século XX, o apogeu da época
colonial europeia, as celebrações desta realidade foram muitas e variadas, em
todos os países colonizadores. Veja-se a Exposição Colonial de Paris, em 1931,
ou a sua réplica provinciana na Exposição Colonial do Porto, em 1934, só para
dar dois exemplos. Querer apagar este universo mental não é apenas um erro, é,
sobretudo, um disparate. E como de boas intenções está o inferno cheio … Bom, a
toponímia oficial lá conseguiu que a Praça do Ultramar passasse a ter
reconhecimento público como “das Novas Nações”, o que é aceitável enquanto
homenagem aos novos países surgidos das ex-colónias portuguesas. Tudo isto dá
um sentido pedagógico outro que quaisquer pais ou professores podem tirar
partido para ensinar a olhar o que nos rodeia e ver para lá de cada nome.
Então como definir com maior clareza os limites do Bairro das
Colónias?
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