Interrogo-me
quanto ao papel futuro desta peça de mobiliário urbano que teima em anunciar os
horários dos autocarros da Carris na Rua de Angola. Continua a haver alguns
utentes menos atentos que esperam e desesperam quando os autocarros passam e
não param.
Desde
há muito que a paragem passou para a Rua Febo Moniz, alguns metros abaixo, e
esta peça deveria tê-la acompanhado. Pensei que agora, com o novo calcetamento
a calcário e granito (uma boa solução antiderrapante para planos de calçada
mais inclinados) que está a acabar de ser feito (a fotografia é de hoje) o dito
objecto seria retirado. Porém, tal não aconteceu, os calceteiros lá o
contornaram pacientemente e ele ficou. Alguém na CML e/ou na Carris se esqueceu
dele?
Aproveito
para deixar a minha opinião sobre o que está a acontecer no espaço público.
Estou
a favor das intervenções no espaço público que privilegiem o peão e o verde.
Por isso, à partida, as obras que decorrem um pouco por toda a cidade
agradam-me, pois deverão dar lugar a zonas mais arborizadas, mais agradáveis e
amigáveis para todos. Só é pena que o calendário eleitoral obrigue ao atropelo
de tudo quanto deveria ter sido tido em consideração. Lamento que se tenha
começado pelo fim, porque a montante há muito a fazer primeiro, como seja, só a
título de exemplo: melhoria das redes de metropolitano (um serviço que cumpre
cada vez com menor qualidade o seu papel) e da Carris, de modo a incentivar o
uso dos transportes públicos; a construção de parques de estacionamento na
periferia, junto a interfaces de transportes públicos (mas não, insiste-se em
construir no centro ou na frente ribeirinha, em zonas de cheia, de alto risco
sísmico e/ou com condicionantes arqueológicas que tornam mais onerosas e
demoradas as intervenções e acarretam a perda irreparável de património –
veja-se o que aconteceu nas praças da Figueira, de Luís de Camões e do
Município e agora está a acontecer no Campo das Cebolas. Tenho a certeza que à
superfície, neste último caso, vai ficar melhor, mas a que custo?
O
encerramento de antigas garagens, para dar lugar a novos projectos
urbanísticos, e a manutenção de usos indevidos em pisos térreos e caves
(ocupadas com supermercados, centos comerciais, outros tipo de comércio e mesmo
igrejas de religiões duvidosas) projectados como garagens, também nada
contribui para melhorar a situação. Há algum plano na CML que preveja a revisão
destas situações? Estão todas legais?
Quanto
à repavimentação de passeios no Bairro das Colónias, houve a preocupação de
rebaixamento de lancis na passagem de peões da Rua do Forno do Tijolo, mas
porque não foi feito o mesmo nas demais passadeiras na sequência dos passeios
que foram agora intervencionados?
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