domingo, 6 de janeiro de 2013

Cartografia da Quinta da Charca no início do século XX




No trecho da planta topográfica de Lisboa que hoje apresentamos (Silva Pinto - 1910), observa-se claramente o terreno da Quinta da Charca onde, nos anos 30, haverá de crescer o Bairro das Colónias. A sul observamos a novel Igreja dos Anjos, deslocada que foi da sua implantação original para se rasgar a Avenida Rainha Dona Amélia (actual Almirante Reis), e o Bairro Andrade, praticamente todo urbanizado. No sentido oposto, a norte, a via curvilínea que virá a constituir as ruas Newton, Poeta Milton e Cidade de Cardiff, espinha dorsal do vindouro Bairro de Inglaterra.

Na bifurcação do Caminho do Forno do Tijolo, observa-se a Rua Heliodoro Salgado, cujo lado sudeste já se encontra praticamente edificado. 

No seguimento da Rua Febo Moniz, no lado oposto da Avenida, o arranque da futura Rua de Angola, com o gaveto sul desenhado pelo imóvel que ainda lá está, entroncando no tortuoso Caminho do Forno do Tijolo e morrendo junto de uma construção, certamente rural, que já nos aparecia no levantamento de Filipe Folque. 

Ainda faltam uns bons anos para se iniciar o loteamento do Bairro das Colónias, mas a cidade vai tomando outras formas, vendo-se bem neste troço cartografado o novo tipo de urbanizações, ortogonalmente estruturadas, que vão acompanhando a moderna Avenida, por contraponto à ancestral construção espontânea que acompanhava a organicidade das antigas vias rurais de saída da cidade em direcção ao Norte ou delimitando quintas e baldios, como se pode constatar em praticamente toda a envolvente do Monte Agudo, entre Sapadores e a Penha de França.


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